Monday, April 30, 2007

Claro Obscuro


Do outro lado

há uma mulher de costas

Distante

muito perto

desdobrada.

Não sei o que fazer

para lhe falar

das trevas que ela colhe à sua volta

Vive escondida em mim

essa mulher de costas

cujo outro rosto meu

não posso ver

Há deste lado

uma luz de fim-do-mundo

Princípio

desde sempre

para mim

E a palavra luarenta que ela solta

causa vulcões que não entendo

à minha volta

Vivo escondida nela

também estou de costas

meu outro rosto seu

não pode ver.

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