Friday, June 22, 2007

Imaginar...


Tão bom imaginar-me e ver-me deitar a cabeça no teu colo, ouvir a música de fundo e perceber que tanta coisa ainda permanece como era.

Não é pelos abraços, não é pelos beijos, nem pelo desenrolar dos beijos...mas pelas gargalhadas sem razão, pelos olhares de cumplicidade, pelo ambiente de pura felicidade.

Mas não posso negar, não podemos negar, que nos reencontramos cada vez que no silêncio nasce um suspiro, e no suspiro brota o sorriso, e no sorriso nasce o beijo, e no beijo se desenrola o amor…E assim pergunto-me: será esta a alquimia do amor?

Thursday, June 21, 2007

Descoberta




Quero aqueles gestos puros nascidos de dentro da alma como uma criança que vem ao mundo e exprime seus sentimentos sem explicações.


Porque os gestos puros eles não tem máculas simplesmente existem nascidos da semente do coração.


Quero aquele olhar cheio de encanto que quebra a beleza da noite e parte as estrelas em mil pedaços.


E arregaça a lua toda descobrindo seus segredos ouvindo as canções puras que emanam do verdadeiro ser. Quero aquelas palavras vindas de dentro do coração que não são achadas em livros nem em poesias aquelas que ninguém ainda disse frases inéditas que vivem presas nas teias da alma.


Quero aquele impulso latente da verdade sem máscaras descobrir o segredo da vida encantar-me com a musica embutida nos sonhos.


E viver como uma criança descobrindo pelo tato pelo cheiro pelo olhar tudo totalmente inédito e puro como o primeiro respirar.

Wednesday, June 20, 2007


Na ausência do tempo, que ficou lá atrás, escondido entre séculos, perdido entre o passado e o futuro, abandono o corpo, e deixo a alma tomar outro rumo. Aqui, deixo ficar a imagem de mim, uma amalgama de moleculas abraçadas umas a outras, deixo uma suave fragrância da minha alma, que me identifica perante todos os que pensavam conhecer-me.
Laço a Lua, e trepo para ela, nas águas do lago, deixo os despojos de um outro eu, um barco solitário que navegou na deriva destas águas agora plácidas, outrora revoltas. O feitiço deste luar, dá a força que a minha alma precisa para se elevar. Já sem asas, porque o tempo as apagou como uma borracha sobre a folha escrita, preciso agarrar-me a esta corda, simbolo do cordão original que me trouxe até aqui, e agora me recolhe de volta à eternidade.
A meio do caminho, olho atrás, vejo o mundo, redondo, procuro encontrar os sinais que lá deixei, em almas espalhadas ao acaso. Vejo as sementes que plantei outrora nesta Terra fértil, que criei e vi nascer, que cresceram e se tornaram mensageiros. Uma lágrima de saudade desprende-se, chove, o mar tranquilo salpica-se de gotas de água salgada, uma última recordação, antes de voltar, olhar em frente e seguir, rumo a uma nova encarnação.

Friday, June 15, 2007

You're beautiful

Saudade


Saudade é solidão acompanhada,

é quando o amor ainda não foi embora,

mas o amado já...


Saudade é amar um passado que ainda não passou,

é recusar um presente que nos machuca,

é não ver o futuro que nos convida...


Saudade é sentir que existe o que não existe mais...


Saudade é o inferno dos que perderam,

é a dor dos que ficaram para trás,

é o gosto de morte na boca dos que continuam...


Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:

aquela que nunca amou.


E esse é o maior dos sofrimentos:

não ter por quem sentir saudades,

passar pela vida e não viver.


O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
(Pablo Neruda)

Thursday, June 14, 2007

A Volta

Estou guardando o que há de bom em mim
Para lhe dar quando você chegar
Toda ternura
E todo meu amor
Estou guardando pra lhe dar
E toda vez que você me beijar
A minha vida quero lhe entregar
E em cada beijo
Certo ficarei
Que você não vai me deixar
Grande demais foi sempre o nosso amor
Mas o destino quis nos separar
E agora que está perto o dia de você chegar
O que há de bom vou lhe entregar
Só vejo a hora de você chegar
Pra todo o meu amor poder mostrar
Mas quando eu
De perto te olhar
Não sei se vou poder falar
...........
Composição: Roberto Carlos e Erasmo Carlos

Wednesday, June 13, 2007

Tuesday, June 12, 2007


Alguém que espreita pela janela sem querer ser visto...
... lá fora, alguém que espera o autocarro e foge com o coração nas mãos.
Tudo perdura no tempo, mas torna-se tão pálido como aquelas fotografias muito antigas que ainda foram fixadas em chapas metálicas.*


* Sándor Márai, in As velas ardem até ao fim

Monday, June 4, 2007

Passado...


Ficando à conversa consigo mesmo, olha para a cauda do vento enroscando-se ao longe e regressa ao silêncio. Os olhos para cima a perseguir nuvens, pensa: provalvelmente, quando olhamos para cima, vemos o passado que se afasta.

Xavier Queipo, in Os Ciclos de Bambu