Monday, August 6, 2007

Destino..

Palavras, soltas no vento, vazios, desalentos. Noite de utopia, sonho ou mera fantasia. Espero por ti, barca do destino, neste cais onde o mar é feito de nuvens e o céu inundado de águas. Espero que me leves, fazendo a ponte entre a vida que não me preenche, e os sonhos, ideais e quimeras que me alimentam o espírito. Entrego-me nesta espera, de lágrimas nos olhos por ver derrotadas todas as expectativas, de lágrimas vagueando pela face por sentir na pele o fogo que queima os que me são queridos. Infame destino, tempo perdido na procura do inatingível, minutos, horas e dias, feitos de anos de esforços gorados, remando a contra-maré, sem sair do mesmo sítio. O corpo exausto, espera pela unção, que sarará os flagelos infringidos. A alma cinzenta, escurecida, espera pela luz, para ganhar cor, e resplandecer de energia. Neste lugar, onde não há dia nem noite, onde a espera parece infinita e ao longe avisto o paraíso pretendido, deixo-me ficar, preso aos fios que aqui deixei, pedaços meus que um dia plantei, por quem hoje derramo o sal destas lágrimas que me escorrem como sangue pelo corpo abaixo. É hora de pagar, alto, o preço de um sonho, é hora de aguentar, o cilício, e esperar, mais um pouco, dar tempo, amparar os desprotegidos e... depois... deixar-se levar, até ao destino!

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