No meu momento de balanço, dei por mim a questionar-me sobre um sentimento que ao longo da minha vida me vai corroendo aos poucos. O sentimento que vos falo é o sentimento de culpa. Por mais que medite sobre este sentimento não consigo vislumbrar o que é e quando podemos falar de culpa. Na minha modesta opinião, entendo esse sentimento, como um sentimento pouco nobre, que aos poucos se vai apoderando de nós e que muitas vezes nos impede de sermos nós mesmos, agimos com mais ou menos consciência, cometemos erros que não remediamos, causamos danos a terceiros e não temos a humildade suficiente para os encarar, preferimos falar de culpa como se esse facto fosse bastante para atenuar o erro que não reparámos. Assunto complexo e com tantas variáveis que me parece difícil esgotá-lo. Mas, podemos sempre reflectir sobre alguns aspectos que nos proporcione uma maior compreensão dos motivos desse sentimento que, durante toda a vida carregamos nos ombros e nos atira por terra. Culpamo-nos por tudo e por nada, culpamos os outros de igual modo, dizemos que a culpa não pode morrer solteira, e salvo raras excepções achamos sempre que a culpa é do outro. Não me parece que este comportamento, seja adequado ou dignifique o ser humano, entendo antes que a culpa tem características próprias e pode ser gerada por vários factores como injustiça, morte, manipulação, medo, dependência, mentira, repressão etc. São apenas algumas causas que podem gerar o sentimento de culpa, mas a culpa pode ter outras variantes, podemos achar que estamos doentes e a culpa é nossa, podemos pensar que temos culpa quando nada fizemos para evitar uma qualquer situação. A minha visão sobre este ou outro qualquer assunto nunca foi nem será uma verdade absoluta, mas também não será de todo descabido se procuramos saber porque razão nos sentimos culpados, se o fizermos talvez nos ajude melhor a gerir os conflitos gerados pela culpa. Quando algo acontece que nos faz sentir culpados, parece-me justo, e de todo conveniente apurar os factos em que tal situação aconteceu e com a maturidade que a situação impõe verificar se efectivamente tínhamos condições para agir de maneira diferente. Reflectir nas situações em que nos sentimos culpados pelo que fizemos ou deixámos de fazer, quais os valores em causa em relação ao assunto que nos levou a agir daquela forma. E se fosse hoje faria diferente? Seja como for, tenho para mim que o mais indicado é sempre o assumir das nossas responsabilidades antes de nos culparmos, porque a culpa faz de nós vítimas da nossa própria imaturidade e apenas nos trás estagnação não nos permitindo crescer. Se assumirmos a responsabilidade dos nossos erros será uma mais-valia pois assim seremos capazes de mudar o que quisermos.
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