Friday, March 9, 2007

Bailado


Alegro-me de ser, porque amo e sofro; espero e desespero, choro e rio; cantando, elevo-me às estrelas e há silêncios que se abrem em mim, tão profundos como a noite! Entontecido, precipito-me nesse abismo! E ressurjo depois, entre os cantos da Aleluia...
Sim, há horas em que a vida nos esmaga e esfarrapa! Somos como um papel escrito nas mãos insatisfeitas dum poeta, esse animal raivoso. Voamos aos quatro ventos!
Mas aí vem a Primavera e regressamos na sua companhia... Tudo, em nós, é perfume, luz, candura, enlevo, nova infância...

Teixeira de Pascoaes

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