No sal, nos óleos e no alecrim
Emerges no cheiro deste banho
Molhando-me a alma aos pingos,
Chapinhando em mim secretamente,
Numa água oculta, azul-placenta.
És corpo em metamorfose,
Mudando-me o som dos dias iguais.
Tornaste corpóreo no vinho, na pimenta
E nas papoilas de sangue que nos acenam,
Escondendo searas inseminadas de beijos.
Sozinho dou-te a mão e não te toco,
Só te olho sorrindo… Pois sei
Que amanhã estarás noutro corpo,
Transformado em novo brilho, ou canto,
Nesta mudança contínua em que nos amamos.
Levanto o copo,
Brindo à vida e bebo-te!
Hoje és champanhe rosa em cristal,
Metamorfose de estrela aquosa,
Cujo nome me ensinaste, no mapa da noite.
Sozinho,
Levanto o copo, e não sendo acidente,
Derramo-te em mim, eternamente.
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